A Dona

Lorena Ribeiro

Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim? Eu mostro a língua, falo palavrão. Eu te protejo, te faço rir, e te entendo. Eu falo um monte de besteira e adoro quando me escutam. Sei amar, sei ser amiga sei ser de tudo um pouco. Não é através de palavras que expresso o meu amor, eu digo a verdade nas ações. Eu sou maluca, mas com o tempo você se acostuma. Tenho um coração enorme, gosto de ajudar. As vezes penso com a razão, as vezes com o coração. Eu vivo pra ser feliz e não pra ser normal!

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